Respiro fundo e resolvo meu peito.
Não me
faz sentir a mesma dor, de novo sinto as mãos e a boca.
Tanto ignorei meus amigos que até a
amizade de quem mais amei desprezei e espezinhei, isso é o que mais demorará
a sarar. Tanto aprendi nesta viagem, que para quem tem esperança e carinho no peito, não terminou, coisas que ficarão para sempre, mas tão pouco bem fiz, tanto exigi, só tristeza isso me trás, tristeza para guardar e aprender.
O olhar para o que passa, e passou, e ver o quanto já errei, não peno por isso,
nem mais me deixarei abater, aprender esse é o mote, coisas boas a ficar na
mente e [a] recordar com saudade alegre.
Não foram buracos que se abriram
nem feridas que cresceram ou sararam, hoje compreendo, e a ti o agradeço.
Não posso dizer que o peito não pesa mas é um pesar
diferente, convenço-me de que estou errado e paro para me ouvir, estava errado, tão errado, sempre tiveste razão, porque não te dei ouvidos, tanto
que me avisaste em silêncio.
O meu egoísmo fez-me cego, surdo, incapaz de perceber as quantas contradições te segredava,
o meu pavor pela solidão fez com sugasse a vida frágil que em ti residia,
foi um erro, o maior de sempre e de todo o sempre, como estava errado, quanto mal te fiz e o quanto me envergonho por isso.
A ti não posso mentir, só a mim
minto para não subir a varanda, nem arrombar a porta da cama onde dormi, tal é
a saudade e esperança cega que reside em mim.
As palavras que escrevo são para mim, para tomar consciência do fim desta viagem e marcar
bilhete para a próxima, contigo a meu lado ou com a solidão que mais não me
assusta.
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