segunda-feira, 21 de outubro de 2013

sábado, 12 de outubro de 2013

Um brinde à solidão.

Estou quase agarrado a isto novamente, não sei que fazer, apenas as duras me fazem sentir num caminho, apenas as duras me fazem sentir vivo  porque tudo o resto se entranha tal vírus fatídico, uma réstia de esperança que se desvanece à porta de uma tasca hedionda de onde fugi tantas vezes e apenas hoje fui, passados tanto anos, na busca de uns lábios vermelhos que não desejo, são só uns lábios, tentadores sem dúvida, mas são apenas uns lábios, não aqueles que desejo e com quais sonhei durante tanto, desde aquele encontro, que não foi  bem encontro, entre os pinheiros da escola, a entrega da pizza que também não era para mim, essa mulher bela com a qual sonhei desde sempre e que não consegui manter por ser tão vicioso, tão ignóbil, tão triste, por ser quem sou, desesperado e sem nada, nem mesmo quem conheço agora se mantém, foge com pavor que sufoque, que seja apenas mais um sem nada mais que ser só, por ser só mais um que quer S.P.A.C. (por M.E.C.) quando apenas aquilo que quero é um corpo para abraçar e estar, sem sentir nem procurar, apenas estar e adormecer num berço, nuns braços que me acarinhem e nada mais, o resto deixo para as mulheres duvidosas e tristes que fazem disso a vida, corpos sem sentido, corpos nus e estampados em desejos sem calor. Como tenho saudade tua, foste mulher, carinho, vida e musa, foste tudo e um pouco mais, não consigo ultrapassar isto e muito me dói que tenhas partido sem um adeus, sem um beijo de despedida, algo que me fizesse sentir desejado de alguma forma, que egoísta que sou.
Nunca pensei em ti e esse foi o maior erro, apenas contar comigo, nunca contigo, com os teus anseios, com temor, com o teu pensamento errante, apenas pensei e mim e vergonha demais tenho disso, se nunca te levasse para o táxi, se me estivesse afastado e deixar de estar sempre em tua casa, cama, varanda, minha casa, essa cama, primeiro pequena e depois maior que nós os dois juntos, só tu me seguraste a mão, só contigo conseguia adormecer abraçado e acredita que com outra pessoa dormi durante longos anos e nunca a deixei fazer aquilo que fazia contigo, um abraço constante e um acordar em pânico quando saltavas da cama em pleno pranto que nunca consegui compreender.

Até te perder.

Não quero que com estas palavras te sintas mal, apenas preciso de as soltar (mais uma vez) [egoísta] para poder seguir o meu caminho em paz e o teu também. Muita merda fiz pelo caminho, muita coisa estúpida e sem sentido fiz, magoei pessoas, esqueci-me de ser razoável, fujo e quase nunca consegui voltar, nem nesta madrugada em que escrevo me lembro de ti enquanto ser, apenas em ti como minha amada, musa e companheira. Que burrice, sem desprezar os asnos.
Estou farto, gostava de ter a coragem (ou a cobardia) de acabar com tudo, estou cansado, sei que o karma me acompanha e que muitos desejos de ódio tenho sobre mim (a ultima criança, que não passa disso, uma enorme praga me rogou), fui eu que o fiz, fui eu que semeei, sou eu que tenho que aguentar (bem me lembro da cama da outra, aquela que enganei imenso só porque gostava de dormir naquele colchão, desprezei-a, deixei-a pensar que ela era o verdadeiro amor da minha vida e eu da sua, e abandonei-a, à porta de um tasco e fui com outra, nem tão bela, nem com algum amor por mim, tão mal me sinto com isso [mas verdade seja dita, está feliz e bem, só por isso consigo estar numa paz aparente], mas agora nada posso fazer senão aguentar o que fiz e pagar as culpas ainda antes de ir para o purgatório), mas não quero, não tenho vontade nem força para continuar, farto, de estar sozinho, farto de não ter onde ir, farto de não ter companhia, farto de choramingar por um pingo de atenção. Melhor que tudo: cansado.
Já não choro mais no ombro de minha mãe (ela também não aguenta mais), não vou mendigar mais por o quer que seja, deixai-me morrer, não tenho medo, já não tenho medo. Só tu interessas, só tu me fazes mover, só a ideia que te posso voltar a ver um dia me faz caminhar, só esse pensamento faz com que não parta para um mundo que não é o dos vivos, só essa vã esperança me faz sentir capaz de continuar a caminhar, a trabalhar de sol a sol para ter [e ser] o que tenho, um mundo de desilusão, mas uma esperança de um dia, (talvez mais tarde[)talvez um dia quem sabe, de te voltar a ver) que estejas feliz, essa coisa que nunca soubeste ao meu lado. Porque não deixei, porque não consegui deixar, porque fui cego, e egoísta, demasiado egoísta só por tanto te amar (palavra sem sentido, palavra gasta quando já não faz sentido).

E parto a caminho, a caminho de Terreirinho e a destruição do meu corpo, cansado e farto de sofrer só por te querer tão bem (desculpa, não queria escrever isto para leres, escrevi isto porque necessito de soltar o que está [cá dentro e sempre cá dentro).
Um beijo para ti meu amor, o deixo na varanda onde já não moras, onde fomos os dois tão felizes.

[não me o negues]