sábado, 26 de janeiro de 2013

São vozes, senhor. São vozes..



Cigarros que convidam, à medida que caem do maço, e rolha sempre fez bem, já bebi litros dela e já perdi a conta à quantidade de merda que já fumei, até hoje, este frasco que é minha carne, vai andando. 
Saudade de ouvir um disco e escrever sem memória de mulher. Sigo um conselho amigo, já há muito lhe devia ter dado ouvidos (um dos poucos bons que tiveram que ficar para trás), mudo a temperatura de cor da sala, um tom mais quente, um ambiente relaxado [talvez até demasiado relaxado].

- Não! Que estou a fazer.. Vozes, voltaram e eu volto a falar com elas.

Que tormenta, não tenho medo, nem me sinto assustado, é familiar. Só pensava que não as tinha estado a ouvir. Elas sempre aqui estiveram, estão agora aqui, ao meu lado [sentes-me na garrafa do vinho, ou no calor que tens entre as pernas?!], subjugo o pensamento a outras paragens o movimento incessante na cadeira faz de mim tornado, não giro nem sopro mas tenho o epicentro da paz num breve instante. [pedras furadas, mulheres bonitas, num por do sol sem sol, navios distantes e desejados, gaivotas que voavam na fuga de não querer saber, ahh.. que houve de romântico em ti?!] Raios (esta é nova).
Hoje é noite de lua cheia, tudo agora faz algum sentido, [pensas tu] verdade das verdades, de ti não tinha saudades. Estás-me sempre e levar para aí.. Ainda agora que a noite cai me recordas do acordar, tardio (demasiado tardio pois o frasco da carne anda cansado, rachado e alimentado por sabão que adormece), uma toalha branca (ou rosa?! daquele clarinho..) num estendal que não é estendal, uma memória que guardo, que não quero mais pensar, [hás-de pensar nela, pensarás, eu lembrar-te-ei, dela, da outra, daquela, da pequenina, da tipa da esplanada onde ainda hoje por vezes lá vais esperar] ainda lá vou?! Isso foi de à tanto tempo e ainda lá vou, que confusão, não te quero, não te quero mais, quero não saber mais das escadas verdes e do vaso partido, não quero perder-me em pensamentos nas tiras de papel pintado que te enfeita as paredes, nem daquele corpo de mulher gasta com cara de pássaro triste e uma legenda numa língua ainda mais triste, não quero lembrar, não quero mais falar de ti (mas queres falar com ela), não quero mais pensar nas meias rasgadas, das toalhas, nas almofadas e dos tempos passados sentado na cozinha fria, na companhia de bichos bons e bichos maus, memórias e fantasmas, de duvidas incessantes e de um medo terrível de te perder. 

Enquanto isso esperava a tua ansiada chegada.(como queres tanto estar à espera dela)[como tanto te mentes]

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