Cigarros que convidam, à medida
que caem do maço, e rolha sempre fez bem, já bebi litros dela e já perdi a
conta à quantidade de merda que já fumei, até hoje, este frasco que é minha
carne, vai andando.
Saudade de ouvir um disco e escrever sem memória de mulher.
Sigo um conselho amigo, já há muito lhe devia ter dado ouvidos (um dos poucos
bons que tiveram que ficar para trás), mudo a temperatura de cor da sala, um
tom mais quente, um ambiente relaxado [talvez até demasiado relaxado].
- Não! Que estou a fazer.. Vozes,
voltaram e eu volto a falar com elas.
Que tormenta, não tenho medo, nem
me sinto assustado, é familiar. Só pensava que não as tinha estado a ouvir. Elas
sempre aqui estiveram, estão agora aqui, ao meu lado [sentes-me na garrafa do
vinho, ou no calor que tens entre as pernas?!], subjugo o pensamento a outras
paragens o movimento incessante na cadeira faz de mim tornado, não giro nem
sopro mas tenho o epicentro da paz num breve instante. [pedras furadas, mulheres
bonitas, num por do sol sem sol, navios distantes e desejados, gaivotas que
voavam na fuga de não querer saber, ahh.. que houve de romântico em ti?!]
Raios (esta é nova).
Hoje é noite de lua cheia, tudo
agora faz algum sentido, [pensas tu] verdade das verdades, de ti não tinha
saudades. Estás-me sempre e levar para aí.. Ainda agora que a noite cai me
recordas do acordar, tardio (demasiado tardio pois o frasco da carne anda cansado,
rachado e alimentado por sabão que adormece), uma toalha branca (ou rosa?! daquele clarinho..) num estendal
que não é estendal, uma memória que guardo, que não quero mais pensar, [hás-de
pensar nela, pensarás, eu lembrar-te-ei, dela, da outra, daquela, da pequenina,
da tipa da esplanada onde ainda hoje por vezes lá vais esperar] ainda lá
vou?! Isso foi de à tanto tempo e ainda lá vou, que confusão, não te quero, não
te quero mais, quero não saber mais das escadas verdes e do vaso partido, não
quero perder-me em pensamentos nas tiras de papel pintado que te enfeita as
paredes, nem daquele corpo de mulher gasta com cara de pássaro triste e uma
legenda numa língua ainda mais triste, não quero lembrar, não quero mais falar
de ti (mas queres falar com ela), não quero mais pensar nas meias rasgadas, das
toalhas, nas almofadas e dos tempos passados sentado na cozinha fria, na
companhia de bichos bons e bichos maus, memórias e fantasmas, de duvidas incessantes e de um medo
terrível de te perder.
Enquanto isso esperava a tua ansiada chegada.(como queres tanto estar à espera dela)[como
tanto te mentes]
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